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A majestosa harpia

Atualizado: 25 de set. de 2023

O gavião-real, uiraçu-verdadeiro, ou simplesmente harpia (Harpia harpyja) é uma águia de imponência e força inigualáveis com suas garras e bico enormes. Fica até difícil imaginar o quanto esse ser pode ser frágil, mas perante o avanço da fronteira agrícola e do desmatamento a situação é outra.

Harpia predando tatu e carregando-o em pleno voo.
Harpia (Harpia harpyja). Foto: João Marcos Rosa

O RAPINANTE MAIS PODEROSO DO MUNDO!


Com seu bico robusto e suas garras que podem chegar a medir 7 cm no hálux (primeiro dedo da garra, o maior deles), o gavião-real pode caçar além de araras, mamíferos de médio porte (macacos e preguiças), e até filhotes de mamíferos grandes (filhotes de veados, por exemplo). Foi relatada até a captura de um macho de guariba, ou bugio, que pesava em torno de 6,5 kg.



Durante ação ambiental, uma criança de um assentamento amazônico, segura a garra de uma Harpia.
Durante ação ambiental, uma criança de um assentamento amazônico, segura a garra de uma Harpia. Foto: João Marcos Rosa


GRANDE, MAS CUIDADOSA


As harpias podem medir cerca de 57 cm (macho) até 90 cm (fêmea), com uma envergadura de até até 2 metros, além dos machos pesarem quase 4,8 kg, e as fêmeas pesam, em média, 6 kg. Dessa forma, precisam de um ninho que suporte tais dimensões.

Os ninhos consistem em pilhas de galhos, que os pais recompõem e retocam a cada vez que o utiliza, geralmente a cada 2 anos. Esses ninhos se localizam nas forquilhas das árvores emergentes, ou seja, que são altas e se destacam em meio às outras.

Normalmente apenas um filhote sobrevive devido ao "cainismo" (hábito comum entre os rapinantes, onde o filhote mais forte mata o mais fraco), o filhote leva cerca de 5 meses para voar, e de 2 a 3 anos para se tornar adulto. A jovem harpia ainda continua dependente dos cuidados dos pais por um ano ou mais.

Harpia com filhote no ninho.
Harpia com filhote no ninho. Foto: João Marcos Rosa.

O QUE ACONTECEU COM AS HARPIAS?


Infelizmente ela sempre foi troféu cobiçado seja por índios ou caçadores. No Xingu entre as décadas de 1940 e 1950, foram observadas gaiolas onde os caciques mantinham essas aves a fim de cortar regularmente as rêmiges e retrizes (maiores penas das asas e das cauda, respectivamente). Estes prisioneiros que eram retirados do ninho ainda filhotes, são considerados a personificação do cacique e quando seu dono morre ou são mortos também ou acabam morrendo de fome. Existe a crença nas áreas rurais que a ave de garras afiadas, ataca pessoas e come crianças, o que estimulou a matança. Além disso, o avanço das áreas agrícolas e do desmatamento é outro agravante, já que a espécie precisa de grandes áreas preservadas para sobreviver e constrói o ninho nas árvores mais altas. Para salvá-la, não resta outro caminho senão o da conscientização e o da conservação.





Referências:

- BANHOS A. et al. (2015). Caçada e atropelada, não tem harpia que resista. Coluna online ((o))eco. Disponível em: <https://www.oeco.org.br/colunas/colunistas-convidados/29064-morre-a-harpia-atropelada-em-sooretama/?fbclid=IwAR0wYRZ9cG2tVjrrj_kDwr65thwu4pAWW3wCLO6nv2SOVmyOma-catWaBpU>. Acesso em 16 de maio de 2019.

- SICK, H. (2001). Ornitologia Brasileira. Ed. Nova Fronteira: Rio de Janeiro.

- RIDGELY, R.S. et al. (2015). Guia aves do Brasil: Mata Atlântica do Sudeste. Ed. Horizonte.




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